Oi humanos, cá estou eu novamente com uma página em branco, pensando em como reatar o relacionamento com o teclado e as palavras que antes fluíam sem muito pensar. 

Claro que isso só poderia acontecer devido alguns fatores: 

  • A chegada do MEU ano novo. 4 de Maio, 
  • Lilith dormindo mais e crescendo, ficando mais calma (algo que gostaria muito de compartilhar em outro post)
  • A primavera chegou na Finlândia e voltar a ver o Sol, sentir o calor me aquecendo  trás de volta a vontade de me expressar
  • E estando em meu primeiro relacionamento seguro e estável com uma pessoa gentil e carinhosa
Em Agosto de 2022, escrevi que tentava me encontrar, o que na verdade, eu achava que estava a tentar mas me perdi muito mais nesse e no ano seguinte. Coisas que não fazem sentido hoje e que me causam muita aflição só de pensar que eu estava tão sensível que permiti acontecimentos bem estranhos fazerem parte da minha vida. 

Outra momento que impactuou com minha saúde mental e pós parto, foi a perda da minha melhor amiga, a Daisy. 
Pra quem me acompanha desde que cheguei na Finlândia, ela foi e sempre será meu primeiro bebê, de quatro patas. No começo desse ano ela sofreu um acidente e virou estrelinha. Ainda sinto um vazio inexplicável quando tento lembrar do cheirinho dela e dos ruídos que fazia. 

Sentar e escrever sempre foi terapeutico para mim, assim como a leitura e desenhar mas com as reviravoltas dos quase 8 anos morando na Finlândia, perdi todos os hábitos, hobbies e prazeres. E posso dizer que tentei com muito fervor me situar internamente algumas vezes.

A vida adulta, no exterior e com uma criança pequena é algo inesperado para mim, como pra tantas outras pessoas que se vêem na vida adulta (depois dos 30 né) e se perguntam o que é que estão fazendo da própria vida. 

Esses dias conversando com um amigo de que na verdade nós começamos a realmente ver a vida aos 20, porque antes disso, eramos ainda jovens, muitas vezes privilegiádos por poder morar com os pais ou familiares então, com 34 anos, estou apenas há 14 anos descobrindo como ser uma adulta. 

Chego a achar que sou positivamente tóxica comigo mesmo ao sempre ver o lado bom de tudo e rir de problemas que outros teriam traumas gigantescos, isso porque não gosto que tenham dó ou pena de mim e das situações que acontecem. Meu terapeuta diz que sou muito dura comigo mesmo. 

Finalmente vejo luz no fim do túnel para a minha ansiedade generalizada. Não apenas por estar em um relacionamento funcional, em que não tenho que resolver problemas dos outros mas por ter a oportunidade de parar de temer tudo de ruim que pode acontecer, saindo do modo de sobrevivência por ter alguém somando em decisões de vida. 

Diga o que quiser, mas o ser humano precisa de um parceiro e viver em sociedade. E é essa pequena sociedade, familiar, que senti tanta falta até então. 

Espero voltar a atualizar aqui com mais frequência agora que sinto meu coração bater novamente pelas palavras que compartilhei aqui, nos últimos 10 anos (e que tristemente perdi os arquivos em 2021)

Vamos ver no que vai dar <3